Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra
Modelo de olho composto de insecto
Modelo de olho composto de insecto

Visão Ultravioleta

Os insectos polinizadores, como as abelhas e as borboletas diurnas e nocturnas, vêem as flores de modo diferente de nós: aquilo que aos nossos olhos se apresenta como uma pétala amarela pode possuir um padrão colorido muito mais rico e estruturado para um insecto que vê em comprimentos de onda UV.

Os insectos possuem olhos compostos, formados por centenas de pequenas unidades fotoreceptoras, os omatídeos, que captam individualmente uma pequena parte da imagem que está à sua frente. Os olhos dos vertebrados são como uma câmara escura com uma lente de focagem o que melhora bastante a visão quando comparada com a de um insecto.

A visão das cores depende do tipo e quantidade de células especiais situadas na retina, no fundo do olho, chamadas cones. A nossa espécie possui três tipos de cones, que correspondem à captação de três comprimentos de onda, que correspondem ao azul, verde e vermelho. Os insectos também possuem três cones diferentes. Mas, em vez do vermelho, possuem um tipo no UV, o que lhes permite uma visão ultra-violeta.

Cada organismo percepciona com os seus olhos o ambiente de forma diferente por causa das características desses olhos. Nós e a maioria dos primatas possuímos três tipos de cones para as cores. Os restantes mamíferos apenas possuem dois, pelo que vêm muito menos cores. Mas, as aves, muitos répteis e peixes têm uma capacidade de visão das cores muito superior à nossa, por terem quatro tipos de cones, um dos quais no ultra-violeta. O recordista é um pequeno crustáceo marinho com 11 tipos de cones. Não se sabe para que precisa este crustáceo de uma realidade tão psicadélica.