Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra
Alegoria ao Colégio Real dos Nobres
Alegoria ao Colégio Real dos Nobres

Colégio Real dos Nobres: o primeiro modelo de ensino experimental do iluminismo pombalino

por Ana Cristina Araújo (Faculdade de Letras da UC) 

O ministro de D. José, Sebastião José de Carvalho e Melo, procurou dotar a nobreza de um instituto moderno de educação que, à semelhança de outras escolas congéneres europeias, garantisse à tradicional elite de poder o acesso a novos conhecimentos e competências práticas. Com o objetivo de criar um colégio moderno para a antiga nobreza, a carta de lei de 7 de março de 1761 institui o Colégio Real dos Nobres. Ficou instalado no edifício do noviciado da Companhia de Jesus, no sítio da Cotovia, vago depois da expulsão daquela congregação religiosa, decretada em 3 de setembro de 1759. 
Apesar da aprovação dos seus estatutos ter ocorrido em 1761, prolongou-se muito o período de contratação de professores estrangeiros e de dotação das suas instalações. O edifício foi provido 
de uma livraria privativa, adequada à natureza dos estudos do Colégio Real do Nobres, e de um gabinete de “máquinas” e instrumentos de Física.
Oficialmente, a abertura do Real Colégio dos Nobres realizou-se a 19 de março de 1766, com a maior solenidade, assistindo à cerimónia toda a família real e a corte. Com capacidade para albergar cem colegiais, preferencialmente escolhidos entre candidatos que tivessem foro de moço fidalgo, mais de sete e menos de treze anos e que soubessem ler, escrever e contar, o novo instituto começou a funcionar apenas com vinte e quatro rapazes, em regime de internato. Ao perceptor, Miguel António Ciera, e aos professores do colégio, a maioria italianos, foram concedidos privilégios idênticos aos que gozavam os lentes da Universidade de Coimbra.
No currículo escolar, merecem destaque, entre outros aspetos, as matérias ligadas ao ensino das ciências físico-matemáticas. Estas disciplinas foram confiadas a J. Angelo Brunelli (Aritmética e Geometria), Michel Franzini (Álgebra) e Giovanni Antonio dalla Bella (Física). Este último recebeu também o encargo de instalar o Gabinete de Física Experimental, dotado de pouco mais de quinhentos e cinquenta instrumentos e aparelhos, e que ele mesmo considerou ser il più copioso, ed il piu magnifico gabinetto dell’Eupora (Rómulo de Carvalho 1959: 139).
Entre 1765 e 1773 foi também concedido ao colégio o privilégio privativo de impressão dos livros de Euclides, de Arquimedes, e de outros clássicos das ciências matemáticas.
O traço mais notável desta instituição colegial reside na preparação do material didático destinado ao ensino experimental. O primado conferido ao ensino das ciências antecipa, em parte, a orientação dada à reforma dos estudos na Universidade de Coimbra. Depois de 1772, com a abolição do ensino técnico-científico no colégio, todos os seus instrumentos e aparelhos foram transferidos para o recém-criado Gabinete de Física da Universidade de Coimbra.

Estes e outros aspetos relacionados com a fundação do Colégio Real dos Nobres serão especialmente tratados nesta palestra. 
O ministro de D. José, Sebastião José de Carvalho e Melo, procurou dotar a nobreza de um instituto moderno de educação que, à semelhança de outras escolas congéneres europeias, garantisse à tradicional 
elite de poder o acesso a novos conhecimentos e competências práticas. Com o objetivo de criar um colégio moderno para a antiga nobreza, a carta de lei de 7 de março de 1761 institui o Colégio Real dos 
Nobres. Ficou instalado no edifício do noviciado da Companhia de Jesus, no sítio da Cotovia, vago depois da expulsão daquela congregação religiosa, decretada em 3 de setembro de 1759. 
Apesar da aprovação dos seus estatutos ter ocorrido em 1761, prolongou-se muito o período de contratação de professores estrangeiros e de dotação das suas instalações. O edifício foi provido 
de uma livraria privativa, adequada à natureza dos estudos do Colégio Real do Nobres, e de um gabinete de “máquinas” e instrumentos de Física.
Oficialmente, a abertura do Real Colégio dos Nobres realizou-se a 19 de março de 1766, com a maior solenidade, assistindo à cerimónia toda a família real e a corte. Com capacidade para albergar 
cem colegiais, preferencialmente escolhidos entre candidatos que tivessem foro de moço fidalgo, mais de sete e menos de treze anos e que soubessem ler, escrever e contar, o novo instituto 
começou a funcionar apenas com vinte e quatro rapazes, em regime de internato. Ao perceptor, Miguel António Ciera, e aos professores do colégio, a maioria italianos, foram concedidos 
privilégios idênticos aos que gozavam os lentes da Universidade de Coimbra.
No currículo escolar, merecem destaque, entre outros aspetos, as matérias ligadas ao ensino das ciências físico-matemáticas. Estas disciplinas foram confiadas a J. Angelo Brunelli 
(Aritmética e Geometria), Michel Franzini (Álgebra) e Giovanni Antonio dalla Bella (Física). Este último recebeu também o encargo de instalar o Gabinete de Física Experimental, 
dotado de pouco mais de quinhentos e cinquenta instrumentos e aparelhos, e que ele mesmo considerou ser il più copioso, ed il piu magnifico gabinetto dell’Eupora (Rómulo de Carvalho 1959: 139)
Entre 1765 e 1773 foi também concedido ao colégio o privilégio privativo de impressão dos livros de Euclides, de Arquimedes, e de outros clássicos das ciências matemáticas.
O traço mais notável desta instituição colegial reside na preparação do material didático destinado ao ensino experimental. O primado conferido ao ensino das ciências antecipa, 
em parte, a orientação dada à reforma dos estudos na Universidade de Coimbra. Depois de 1772, com a abolição do ensino técnico-científico no colégio, todos os seus instrumentos e 
aparelhos foram transferidos para o recém-criado Gabinete de Física da Universidade de Coimbra.
Estes e outros aspetos relacionados com a fundação do Colégio Real dos Nobres serão especialmente tratados nesta palestra. 

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Horário: 17H00
Entrada livre