Os portugueses ousaram cometer o grande mar oceano e descobriram novas ilhas, novas terras, novos mares, novos povos, e o que mais é: novo céu e novas estrelas.

Pedro Nunes, Tratado da Esfera, 1537

Nesta exposição, reveladora do espólio iluminista da UC, vamos conhecer representações magníficas do planeta Terra e do globo celeste do início do Séc. XIX.

O atlas celeste da Uranografia de J. E. Bode (1747-1826) assinala o culminar de duas mestrias combinadas: contém magníficas representações artísticas de constelações ao mesmo tempo que representa posições rigorosas de objectos astronómicos. Atlas posteriores mostrarão figuras artísticas cada vez menos elaboradas, até passarem a ser meros catálogos de estrelas.
Também o telescópio e os globos terreste e celeste são testemunho de uma família notável de construtores de instrumentos científicos, George Adams e seus filhos George e Dudley, que trabalhavam para o rei Jorge III. No globo celeste encontramos a constelação Cruzeiro do Sul, identificada pela primeira vez pelos navegadores portugueses, e no globo terreste a Austrália ainda é designada por Nova Holanda.
Estes tesouros do período iluminista revelam com rigor e requinte a cartografia de todo o planeta Terra e de toda a esfera celeste, incluindo as novas terras, os novos mares e os novos céus que os portugueses descobriram ao ousarem entrar pelo grande mar oceano.