Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra
MATEMÁTICA DO PLANETA TERRA

21 de Agosto 2012
a 31 de Dezembro 2013

A MATEMÁTICA DOS NOSSOS AVÓS

No âmbito do Ano da Matemática do Planeta Terra, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa promovem o projecto A MATEMÁTICA DOS NOSSOS AVÓS, a desenvolver em países de língua oficial portuguesa.

Este projecto consiste na recolha de conhecimento tradicional relacionado com a matemática que se encontra nas formas geométricas que se encontram em cestaria, rendas, bordados, decorações de casas, calçada portuguesa, ou que está envolvida na construção tradicional de casas, pontes, ferramentas ou embarcações. O projecto pretende ainda identificar unidades de medida já em desuso mas que se podem recuperar e relacionar com as actuais, bem como identificar conhecimentos empíricos usados na forma de dividir terrenos agrícolas, ou de medir o tempo e o espaço. Pretende-se também recolher textos em forma de provérbio, adivinha ou lengalenga, desde que sejam de raiz popular e estejam relacionados com formas de contar ou medir.

As duas instituições esperam poder contar com a colaboração de parceiros neste projecto, de modo a poder chegar o mais perto possível de pequenas comunidades rurais, onde este conhecimento ainda não se tenha perdido. Instituições ou associações que pretendam ser parceiros neste projecto podem escrever-nos para mpt2013@mat.uc.pt.
 
O envio de textos ou materiais audiovisuais pode ser feito por e-mail para o endereço mpt2013@mat.uc.pt com a indicação A MATEMÁTICA DOS NOSSOS AVÓS.


Saiba mais em ...


PROGRAMA GERAL:

6 DE DEZEMBRO | 18H00

Apresentação do livro CONTAS X CONTOS X CANTOS E QUE MAIS CUMPLICIDADES ENTRE LITERATURA E MATEMÁTICA
Ana Paula Guimarães, IELT - Universidade Nova de Lisboa e Adérito Araújo, Departamento de Matemática da FCTUC

20 DE MARÇO | 15H00
PREGUNTAS DA ARITMÉTICA PORTUGUESA DE QUINHENTOS
Teresa Costa Clain, Universidade de Aveiro
Os tratados de aritmética publicados em Portugal no século XVI são textos de matemática com uma vocação prática e com o objetivo de responder às necessidades de formação profissional no mundo mercantil. As aritméticas comerciais tornaram-se também um depósito e um vetor de difusão de um importante conjunto de problemas, que viriam a marcar a história do saber durante séculos.

PORTUGAL E A MEDIDA - REFLEXOS NOS PRIMEIROS TRATADOS DE ARITMÉTICA
Fátima Regina Duarte, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco
Quando, em 1519, se publica em Portugal o Tratado da Prática d’Arismética de Gaspar Nicolas já estava estabelecido, pela primeira vez e como critério único para todo o reino, o uso dos padrões de Lisboa  para a medição de comprimentos,  massas e  volumes. Ainda que as unidades, múltiplos e submúltiplos estejam relacionados de forma clara, subsiste durante muito tempo, e em muitas situações, a falta de uniformidade e com ela os proveitos comerciais e sociais.

29 DE MAIO | 10H30

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS POR JOVENS DA APPACDM PARA O PROJECTO COIMBRA A BRINCAR
Helena Albuquerque (Presidente da APPACDM) e jovens da APPACDM
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e o Centro de Formação da Casa Branca da APPACDM, associam-se ao Programa “A Matemática no Tempo dos Nossos Avós”, promovendo a sessão interativa “Nos tempos dos nossos avós media-se assim…”
 
A sessão foi concebida e organizada pelos formandos do Centro de Formação da Casa Branca, no âmbito das sessões de formação de “ Cidadania e Empregabilidade “ e de “Matemática para a Vida” e tem como objetivo levar as crianças participantes a explorar o modo como eram feitas as medições no tempo dos nossos avós. Na 1ª parte serão dados a conhecer os instrumentos utilizados para medir noutros tempos. Na 2ª parte as crianças serão convidadas a experimentar de forma divertida e a brincar os princípios de medição.

15H00
ETNOMATEMÁTICA

Bal Chandra Luitel, Universidade de Katmandu, Nepal

"ENTENDI QUE DENTRO DE UM QUADRADO SE PODERIA OBTER O TRAÇADO DE UM CORPO.”: algumas notas sobre as anatomias, geometrias e matemáticas do saber-fazer de alfaiate.
João Edral,  IELT/FCSH-UNL
Dizia o mestre António Mendes Baptista que a arte da alfaiataria é a de alindar corpos deformados e revestir de aspeto elegante e delicado tipos que a natureza mutilou (s/d, Estética do Vestuário, Lisboa, Edições “Técnica de Alfaiataria”). O saber-fazer do alfaiate é o meio de, a partir das formas dos corpos (todos diferentes, todos deformados), esculpir uma “pele social” (Terence Turner) tão ajustada e robusta quanto esteticamente agradável.
A alfaiataria que conhecemos hoje sofreu, desde o século XIX, transformações profundas (e em curso) que lhe permitiram preservar um lugar social. Uma das mudanças mais significativas está relacionada com os modos de transmissão de conhecimento. Proponho então que, ao mesmo tempo que contemplamos os gestos contemporâneos do ofício de alfaiate, estudemos o (primeiro) Método de Corte Português de Fatos, de Virgílio Augusto da Silva Paulet Maia (1913).


A MATEMÁTICA ESCONDIDA NUM LIVRO DE DÉCIMAS: "Ó FALA QUE FOSTE FALA - DÉCIMAS DE JOAQUIM ESPADINHA"
Conceição Ruivo
, Professora aposentada do Departamento de Física da FCTUC
A décima é uma composição poética com fortes tradições no Alentejo. É uma das artes da fala, uma poesia que vive da oralidade, frequentemente sem registo escrito. Muitos poetas fazem as décimas "de cabeça" e transmitem-nas oralmente, numa toada com uma musicalidade própria. De Joaquim Espadinha (1875-1951), pequeno agricultor alentejano que tinha a instrução primária, ficou-nos felizmente um suporte escrito da sua poesia, que permitiu a organização deste livro. Há registo de décimas feitas ao longo de toda a sua vida e abarcando os mais diversos temas: crónica poética da aldeia, crítica social, despiques, o vinho, o amor e a morte. Nesta palestra, após uma breve introdução sobre o poeta e a sua
obra, iremos embarcar no desafio de descobrir a matemática escondida na poesia: desde a própria estrutura das décimas, à referência a unidades de medida actuais e antigas, passando pelas técnicas agrícolas que implicam um conhecimento empírico da geometria.

Dados curriculares:

Maria da Conceição Espadinha Ruivo é professora catedrática aposentada do Departamento de Física da FCTUC,investigadora  na área de Física de Partículas e escritora. Dedica-se também à  História da Ciência,  a actividades de divulgação científica e de carácter interdisciplinar, a recolha e divulgação de literatura oral.



Organização:
- Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
- Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa


Instituições Parceiras:
Associação de Professores de Matemática
Instituto de Educação e Cidadania
APPACDM de Coimbra
CES - Centro de Estudos Sociais
Associação LUDUS
Projecto STOL (CBMA - Centro de Biologia Molecular e Ambiental)
Biblioteca Escolar Pedro da Fonseca, Escola Básica e Secundária Pedro da Fonseca, Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova (Castelo Branco)
Associação Atractor

Projectos Parceiros:

- "Um conto que contas"

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