OS JOGOS E A GUERRA NO MUNDO MEDIEVAL
No âmbito do projecto Matemática dos nossos avós, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa convidaram um matemático estudioso e divulgador de jogos de todo o mundo e de todos os tempos (e autor do livro "O Livro de Jogos de Afonso X, o Sábio") e um historiador especialista em batalhas históricas (e autor do livro "Grandes Conflitos da História da Europa") para uma sessão sobre jogos e guerra no mundo medieval.
Esta sessão é uma Tarde de Matemática da Delegação Regional do Centro da Sociedade Portuguesa de Matemática, apoiada pela Agência Ciência Viva, no âmbito do programa Escolher Ciência.
- O LIVRO DE JOGOS DE AFONSO X, O SÁBIO
por Jorge Nuno Silva, Universidade de Lisboa
Afonso, o Sábio, avô de D. Dinis, nasceu em Toledo em 1221 e morreu em Sevilha em 1284. Os seus tempos foram marcados por guerras contra os mouros provenientes do Norte de África. A sua obra mais conhecida, e um marco da literatura galaico-portuguesa medieval é Cantigas de Santa Maria, mas o Livro de Jogos de Afonso X, o Sábio também chegou aos nossos dias, num belo manuscrito iluminado na biblioteca do Escorial. Os jogos são indissociáveis da história humana e o seu interesse para o historiador transcende em muito o da mera curiosidade cultural. As actividades lúdicas e os jogos exprimem aspectos irredutíveis da condição humana. No caso dos jogos de tabuleiro esses aspectos estão ligados à beleza e à precisão do pensamento racional, onde rigor e imaginação se combinam por vezes de maneira quase viciante.
- OS DESPORTOS DE GUERRA EM PORTUGAL, NOS FINAIS DA IDADE MÉDIA
por João Gouveia Monteiro, Universidade de Coimbra
A guerra era, na Idade Média, uma actividade praticamente endémica. Cabia à nobreza (aos "bellatores", isto é, aos "guerreiros") prepará-la, conduzi-la e, claro está, adestrar-se para ela. Com esse objectivo, a cultura medieval recuperou muitas das sugestões de divertimento e exercício físico que vinham do mundo antigo e acrescentou-lhe outras 'modalidades' próprias da sua época. Assim, no Portugal dos séculos XIV e XV, existia uma ementa de desportos paramilitares que a cavalaria praticava com júbilo e intensidade assinaláveis, ciente da sua importância propedêutica para um bom desempenho marcial Pensamos sobretudo no xadrez, na caça de montaria, nas justas e nos torneios, mas também em outras actividades menos conhecidas, como o lançamento do tavolado, o jogar a quintana, a braçaria e até a luta greco-romana. Na hora de travar uma batalha campal, um bom conhecimento e uma boa técnica em cada uma destas artes seria essencial a um bom desempenho, e isso podia valer uma vitória e fazer a diferença entre a liberdade e a prisão, ou mesmo entre a vida e a morte..."
Esta sessão é uma Tarde de Matemática da Delegação Regional do Centro da Sociedade Portuguesa de Matemática, apoiada pela Agência Ciência Viva, no âmbito do programa Escolher Ciência.
- O LIVRO DE JOGOS DE AFONSO X, O SÁBIO
por Jorge Nuno Silva, Universidade de Lisboa
Afonso, o Sábio, avô de D. Dinis, nasceu em Toledo em 1221 e morreu em Sevilha em 1284. Os seus tempos foram marcados por guerras contra os mouros provenientes do Norte de África. A sua obra mais conhecida, e um marco da literatura galaico-portuguesa medieval é Cantigas de Santa Maria, mas o Livro de Jogos de Afonso X, o Sábio também chegou aos nossos dias, num belo manuscrito iluminado na biblioteca do Escorial. Os jogos são indissociáveis da história humana e o seu interesse para o historiador transcende em muito o da mera curiosidade cultural. As actividades lúdicas e os jogos exprimem aspectos irredutíveis da condição humana. No caso dos jogos de tabuleiro esses aspectos estão ligados à beleza e à precisão do pensamento racional, onde rigor e imaginação se combinam por vezes de maneira quase viciante.
- OS DESPORTOS DE GUERRA EM PORTUGAL, NOS FINAIS DA IDADE MÉDIA
por João Gouveia Monteiro, Universidade de Coimbra
A guerra era, na Idade Média, uma actividade praticamente endémica. Cabia à nobreza (aos "bellatores", isto é, aos "guerreiros") prepará-la, conduzi-la e, claro está, adestrar-se para ela. Com esse objectivo, a cultura medieval recuperou muitas das sugestões de divertimento e exercício físico que vinham do mundo antigo e acrescentou-lhe outras 'modalidades' próprias da sua época. Assim, no Portugal dos séculos XIV e XV, existia uma ementa de desportos paramilitares que a cavalaria praticava com júbilo e intensidade assinaláveis, ciente da sua importância propedêutica para um bom desempenho marcial Pensamos sobretudo no xadrez, na caça de montaria, nas justas e nos torneios, mas também em outras actividades menos conhecidas, como o lançamento do tavolado, o jogar a quintana, a braçaria e até a luta greco-romana. Na hora de travar uma batalha campal, um bom conhecimento e uma boa técnica em cada uma destas artes seria essencial a um bom desempenho, e isso podia valer uma vitória e fazer a diferença entre a liberdade e a prisão, ou mesmo entre a vida e a morte..."