Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra

Naturalistas nos trópicos: plantas, colecções e redes científicas no séc. XIX

António Carmo Gouveia, Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida da FCTUC

“Das explorações feitas [às ex-colónias portuguesas], a do Sr. Moller é a mais digna de menção. Teve ella por campo a ilha de S. Thomé.” Assim realçava Júlio Henriques, catedrático e botânico da UC, a importância do trabalho de Adolpho Frederico Möller para o conhecimento científico do então, pouco estudado, arquipélago de S. Tomé e Príncipe. Nos quatro meses que aí permaneceu, diz-nos Henriques que “o Sr. Moller percorreu a área que vai da cidade até ao Pico de S. Thomé e do rio Contador ao rio Manuel Jorge” explorando desde “florestas ainda quasi virgens” a “quasi toda a parte da ilha mais habitada e cultivada”. O relatório do material recolhido pelo inspector do Jardim Botânico de Coimbra impressiona pela quantidade e diversidade, pois embora Adolfo Möller tenha sido incumbido da exploração botânica da ilha, realizou ainda colheitas zoológicas e geológicas.
Esta curta incursão aos trópicos de um naturalista da UC, servirá de base para abordar vários aspectos das ciências naturais no final do século XIX: desde o trabalho de campo ao estudo no gabinete dos exemplares botânicos, das práticas de colheita e representação de floras exóticas à difusão do conhecimento sobre a biodiversidade tropical nos centros científicos europeus.

Esta sessão, que se realiza no âmbito do Programa Doutoral em História das Ciências e Educação Científica, consiste num seminário da disciplina de Discursos e Práticas Científicas, aberto à comunidade universitária.

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Horário: 16H00 - 18H00
Entrada livre