Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra

Deteção remota de alta resolução para o estudo da dinâmica das regiões frias e de montanha

Gonçalo Vieira, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território Centro de Estudos
Geográficos (Universidade de Lisboa) e Antarctic Environments and Climate

A deteção remota de muito alta resolução e em diferentes bandas espetrais está a gerar uma verdadeira revolução na capacidade de gerar dados espaciais de grande detalhe e de obter um conhecimento do globo até há pouco tempo indisponível para quem estuda a superfície terrestre e a dua dinâmica. Satélites com elevada resolução espacial, como são os casos dos QuickBird, IKONOS ou WorldView, com imagens a preços relativamente acessíveis proporcionam dados de regiões remotas do planeta com resolução que pode ser infra-métrica. Mesmo os sensores de micro-ondas têm já uma resolução espacial fantástica, permitindo a monitorização de fenómenos em áreas frequentemente cobertas por nuvens, ou com pouca iluminação, onde os sensores óticos são de pouca utilidade. Por outro lado, o desenvolvimento da tecnologia e redução de preços dos veículos autonomos não tripulados (UAV) está a originar uma verdadeira revolução ao nível da observação da Terra.
Os trabalhos desenvolvidos pelo Grupo Polar da Universidade de Lisboa (CEG/IGOT, CERENA/IST e CQE/IST) no Ártico e Antártida começaram a integrar de forma sistemática as técnicas de observação acima descritas, em particular para a cartografia e monitorização dos ambientes periglaciários. Os objetivos principais têm sido a monitorização da cobertura de neve, a cartografia geomorfológica de pormenor, a cartografia da vegetação e a monitorização da deformação do terreno (InSAR). Mais recentemente, iniciámos também a geração de modelos digitais de terreno através de técnicas fotogramétricas baseadas em imagens captadas por UAV, o que nos está a permitir chegar a detalhes até há pouco tempo impensáveis a nível da geomorfometria. Nesta comunicação apresentarei uma síntese acerca das técnicas usadas e vários resultados obtidos nas diferentes regiões de trabalho polares, mas também nas montanhas portuguesas. As técnicas utilizadas têm amplo potencial de aplicação no planeamento, ordenamento e gestão do território, o que mostra também o interesse de investir nas ciências polares como ponte para a transferência de tecnologia e conhecimento para aplicações nos territórios lusófonos.

Esta palestra faz parte das I Jornadas Lusófonas de Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica, que vão ter lugar em Coimbra, de 11 a 13 de setembro de 2014.


Veja aqui o programa completo das Jornadas.

MAIS INFORMAÇÕES

Horário: 17H00
Anfiteatro do Museu da Ciência
Entrada livre