Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra

Práticas matemáticas, cartográficas e arquitetônicas na Amazônia setecentista - Apontamentos históricos (1750-1800)

Iran Abreu Mendes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal/RN – Brasil

"A partir de uma pesquisa sobre Ciência, Arquitetura e Matemática na Amazônia do século XVIII com a finalidade de investigar as práticas socioculturais históricas e patrimoniais relacionadas à geometria, medidas, cartografia, astronomia e arquitetura no contexto da cultura amazônica do século XVIII, realizei um estudo acerca da participação de alguns construtores, arquitetos, astrônomos e cartógrafos da comissão demarcadora de limites da região Amazônica na segunda metade do século XVIII, com vistas a explorar tais práticas de demarcação das fronteiras e nas construções arquitetônicas erguidas na região naquele período (c. 1750-1800) como base para a problematização da Matemática escolar na região.

Durante oito anos (2007-2015) desenvolvi a pesquisa com o objetivo de identificar informações acerca da participação de engenheiros militares, astrônomos, cartógrafos e outros técnicos que participaram da comissão demarcadora dos limites territoriais entre Portugal e Espanha no norte da America do Sul (região Amazônica) na segunda metade do século XVIII (c. 1750-1800) e de que modo as atividades desses profissionais mobilizaram práticas matemáticas na demarcação das fronteiras, nas construções arquitetônicas erguidas na região, bem como nas observações astronômicas e elaborações cartográficas realizadas pelos estudiosos estrangeiros que estiveram naquela região no referido período. Outro aspecto também importante focado na pesquisa foi identificar as conexões entre essas práticas (arquitetura, engenharia, história, religiosidade, astronomia e cartografia), visando responder a seguinte questão: quais as contribuições dessas atividades intelectuais e profissionais para se traçar possíveis conexões entre a arquitetura, a ciência e as práticas matemáticas trazidas da Europa e concretizadas naquela região ou mesmo produzidas no local, na segunda metade do século XVIII?

A construção histórica operacionalizou-se como um exercício arqueológico focado nas idéias e fatos, direcionado por uma reorganização e análise de documentos originais (fonte primária) e de diversas informações escritas acerca da presença das comissões demarcadoras de limites territoriais na Amazônia (fonte secundária). Todavia, adotei como foco do meu exercício descritivo-analítico a consulta de diversos documentos originais existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa (AHU) e nos centros de documentação e bibliotecas brasileiras, bem como em publicações referentes à história da Era pombalina na Amazônia, no século XVIII."

Sumario da Palestra
1. Ciências, artes e técnicas mobilizadas para a Amazônia setecentista
2. Do acervo bibliográfico levado pela comissão às pesquisas na Amazônia
3. Das Matemáticas nas Aulas Militares na Amazônia entre os séculos XVII e XVIII
4. Personagens e práticas profissionais mobilizadas na Amazônia setecentista
5. As artes matemáticas na arquitetura de José Antonio Landi
6. Outros participantes da comissão demarcadora e seus legados
7. Apontamentos complementares reflexivos

  • Sobre o trabalho dos engenheiros
  • Sobre as fontes bibliográficas do acervo da comissão
  • Sobre as imagens cartográficas elaboradas
  • Sugestão de temas a serem explorados nas aulas de Matemática

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Horário: 16H00
Entrada livre