Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra

Determinismo E Extinção No Darwinismo

23 de Maio de 2009
10H00-13H00 | 14H00-18H00
Entrada livre

Quais os paralelos que existem nos diferentes campos do balanço entre Determinismo e Extinção nas diferentes formas de Darwinismo?


10H00 | Paulo Jesus
Centro de Filosofia, U. Lisboa
Bases filosóficas: Mecânica e Teleologia na natureza

A explicação da dinâmica ou da processualidade dos fenómenos naturais divide-se, tradicionalmente, em dois paradigmas cognitivos cujo antagonismo tem sido explorado de modos diversos, tanto sob o signo do irreconciliável, como sob o signo da síntese integradora. Trata-se do paradigma de inteligibilidade mecânica e do paradigma de inteligibilidade teleológica: o primeiro insiste na linearidade do encadeamento causa-efeito, o segundo privilegia a circularidade e a reciprocidade nas relações de determinação. O sistema darwiniano denota uma robusta forma híbrida cujas virtualidades e paradoxos se procurará elucidar.

10H50 | Nicolás Lori
IBILI, Fac. Medicina, U. Coimbra
Darwinismo Quântico: da multiplicidade quântica para unicidade clássica

Partindo de proposições não provadas (e geralmente supostas como óbvias) chamadas axiomas, um sistema axiomático formal consiste numa linguagem formal e um conjunto de regras de inferência. O sistema permite obter de maneira lógica expressões deduzidas, os teoremas.
No Darwinismo quântico é proposto por Zurek um sistema axiomático em que a multiplicidade de possibilidades do estado quântico é transformada num único estado clássico sem a necessidade axiomas extras associado ao processo de medida. O Darwinismo quântico consegue isso através da adopção duma perspectiva existencialista em que o fluxo de informação para fora do sistema é o que torna o sistema real; e a adopção dum sistema axiomático em que a validade duma afirmação não é dada pela validade dos axiomas mas sim pela compatibilidade dessa afirmação com outras afirmações geradas por esse sistema axiomático. Enquanto o primeiro sistema axiomático é chamado formal, o segundo tem o nome de Darwinismo.
É apresentada a diferença entre o Darwinismo standard e o Darwinismo pré-biológico de Nowak (Darwinismo sem ADN), e é proposta uma possível relação entre o Darwinismo de Nowak e O Darwinismo quântico.


12H00 | Alex H. Blin
Dep. Física, Fac. Ciências e Tecnologia, U. Coimbra
Darwinismo Quântico aplicado ao Big-Bang

O processo de medida em sistemas quânticos é descrito duma forma muito detalhada no Darwinismo quântico de Zurek. No Darwinismo quântico a informação é uma quantidade essencial no universo e está directamente ligada ao surgimento da realidade macroscópica a partir das interacções com o sistema quântico.
O processo de medida dum sistema quântico de moléculas pode ser relacionado com as propriedades de difusão dessas moléculas. Logo a seguir ao Big-Bang é possível que haja um processo de difusão de universos-bebé. Estabelecendo uma relação entre esse processo de difusão e o processo de medida de sistemas quânticos pode-se obter a forma como os tempos de decoerencia (perca das propriedades quânticas) desses universos-bebé se relacionam com o parâmetro de Hubble.
Nesta análise, torna-se importante uma análise mais detalhada do sistema axiomático usado no Darwinismo quântico e a sua possível relação com os teoremas de incompletude de Gödel.

14H00 | Miguel Castelo-Branco
IBILI, Fac. Medicina, U. Coimbra
A visão perfeita: um dilema de Darwin

O olho, o cérebro e a visão representam grandes dilemas para Darwin. Vamos descrever como o sistema visual e o comportamento podem (ou não) serem vistos à luz da teoria da selecção natural. Falaremos do contributo que as ciências da visão poderão dar para a interpretação de fenómenos evolutivos aparentemente rápidos. Mostraremos ainda que “o gene egoísta” por si só é insuficiente para compreender o fenómeno evolutivo.

14H50 | Eduardo Sá
Fac. Psicologia e Ciências da Educação, U. Coimbra
Representação do "Eu" em psicologia positiva: efeito na auto-estima e comportamento social

A psicologia positiva considera que a partir dum “Eu” primário são construídos diferentes modelos do “Eu”. A cada uma dessas representações neuronais do “Eu” correspondem estórias ideais às quais esse “Eu” aspira. A vida de cada individuo pode estar mais ou menos distante de cada uma dessas estórias ideais, e a própria forma dessa estória ideal poderá ser alterada pelas experiências do individuo. A alteração dessas estórias numa forma que promove o fortalecimento das estórias positivas é um aspecto essencial da psicologia positiva. Havendo por isso tanto uma promoção determinista de estorias ideais (muito possivelmente fortemente controladas por factores genéticos), e um aspecto evolutivo gerado pela forma como a interacção externa com o ambiente (e interna entre diferentes estórias) promove selecção dumas estórias e a extinção de outras.

16H00 | Soares da Fonseca
Fac. Economia, U. Coimbra
Representação dos sistemas financeiros usando perspectivas evolutivas

De acordo com as teorias da evolução, as espécies desenvolvem-se em função de imperativos de sobrevivência gerados pelos ambientes em que vivem. Também nos sistemas económicos observamos mudanças no comportamento humano que traduzem adaptação. O estudo da moeda e das suas relações com os sistemas financeiros, tem como um dos seus elementos centrais o estudo do processo evolutivo e de adaptação dos instrumentos monetários à mudança das condições em que desempenham as suas funções. Também o sistema monetário internacional e os regimes cambiais têm evoluído essencialmente em função da competição entre as principais moedas nacionais e da sua capacidade para assegurar a estabilidade do seu valor. Por isso, dentro da teoria económica, são as questões monetárias e financeiras que nos oferecem, de forma mais generalizada, a possibilidade de análise sob uma perspectiva darwiniana.

16H50 | Susana Varela
Fac. Ciências, U. Lisboa
Mesa redonda com todos os apresentadores



Organização:
Departamento de Física, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra