Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra

História e Culturas da Água

No âmbito da exposição Aquedutos de Portugal decorrerá no dia 29 de novembro o Colóquio sobre a Água que abrange os sistemas da água em Portugal, nos ambientes monásticos, no Sahara Argelino e entre as civilizações ameríndias.

O Colóquio terá a moderação de Pedro Casaleiro do Museu da Ciência.

15H00 | O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA À ABADIA DE ALCOBAÇA NA IDADE MÉDIA

por Virgolino Jorge

A comunicação pretende divulgar os conhecimentos que dispomos acerca do sistema hidráulico da abadia medieval alcobacense, desde a captação e fornecimento de água até à descarga final dos efluentes domésticos e pluviais.
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15H30 | A ÁGUA NAS CIVILIZAÇÕES AMERÍNDIAS : MITOS, SABERES E TECNOLOGIAS

por Luís Ribeiro

O homem de hoje substitui as crenças e o conhecimento tradicional, pela fé na ciência e tecnologia, e na mente da gente uma nova ideia surgiu: a ideia de progresso como um aumento contínuo, de desenvolvimento e de bem-estar.

O profundo conhecimento e respeito que as culturas ameríndias tinham sobre a natureza e em particular sobre a água, que se expressa: na gestão integrada do recurso, no desenvolvimento de tecnologias adequadas e na existência de formas de organização social, permitiu o surgimento das sociedades bem adaptadas a contextos ecológicos diversos.

Deste conhecimento ancestral podemos retirar as causas do desastre ambiental actual e a perda dos bens comuns essenciais para a vida, consequência da hegemonia e do culto da tecnologia "moderna" como solução única para a gestão da água. Em particular a fragmentação da matriz sociocultural da água, que atenta contra a visão integral e sagrada, privilegiando a privatização de um bem comum num cenário de globalização submetendo a dimensão cultural à económica.

16H00 | O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR FOGGARA NOS CENTROS DE CULTURA DO AHAGGAR - SAHARA ARGELINO- COMO MODELO IDENTITÁRIO DE GESTÃO DOS ESPAÇOS AGRO-HIDRÁULICO

por Isabel Ribeiro, Investigadora do Centro de História da Universidade de Lisboa

O sistema de foggara, como sistema de irrigação, corresponde geográficamente a zonas áridas e semi-áridas. A sua centralidade, nomeadamente, a sua dimensão e implantação à escala urbana, está identificada no Irão e na área do planalto iraniano, em contexto de longa duração.

A dinâmica da cultura dos oasis, no Sahara Central argelino,definida através de uma cronologia, também ela de longa duração, tem no sistema de foggara a sua matriz.

«A água conta o social» - a observação realizada a partir desta realidade tem estruturado a análise histórica de modelos identitários magrebinos. É na área geográfica correspondente ao modelo identitário que configura a sociedade e cultura touareg Kel-Ahaggar, identificado com a dinâmica de transição da cultura nómada para a semi-nómada e sedentária, que se constítuiram, a partir da segunda metade do séc. XIX, as comunidades designadas como centros de cultura.

Estes centros de cultura e a sua estrutura de sistema de foggara, correspondem a um limíte da aplicação do sistema, como que uma fronteira que delimita este modelo de irrigação e o seu universo tecnológico.

Estaremos então no centro da problemática, correspondendo ao traçado de um território de fronteira, não assimilado à «água dos colonizadores» e à sua cultura material, mas dimensionado através de um modelo identitário touareg, onde vão convergir fatores endógenos e exógenos.

16H30 | OS ANTIGOS AQUEDUTOS NA HISTÓRIA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM PORTUGAL

por Pedro Inácio 

Numa leitura Geohistórica, e de forma sustentada, é sabido que os romanos foram pioneiros na execução de numerosos aquedutos, utilizando técnicas construtivas avançadas, associadas à arte, ao engenho e a um vasto conhecimento ao nível da arquitetura e da engenharia hidráulica.
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17H00 | NOTAS ACERCA DOS AQUEDUTOS DE COIMBRA

por Sónia Filipe e Paulo Morgado

O ser humano foi, desde cedo, capaz de gerir os recursos hídricos que tinha disponíveis, colocando-os ao serviço do desenvolvimento das suas comunidades e das suas necessidades.

Em Coimbra a questão da proximidade do Mondego – com a implantação de um porto fluvial e ponte – terá sido fundamental para a implantação da cidade. No entanto, outro factor, não menos importante, pode ter auxiliado esta decisão: a possibilidade de, através de um sofisticado sistema de canais superficiais e subterrâneos, possibilitar o acesso a um fluxo constante de água ao longo de todo o ano, independente da variabilidade da precipitação e do caudal do Mondego, para assim suprir as suas necessidades de água.

Até nós chegaram vestígios físicos, estruturas construídas, sob diversos suportes, de épocas distintas e com diferentes destinatários, públicos ou privados. Minas da captação, galerias de condução subterrâneas e aéreas, cisternas e fontes são algumas das estruturas que demonstram toda a arquitetura e engenharia da gestão antiga da água da cidade de Coimbra. Propomo-nos revisitar e abordar alguns exemplos deste multissistema de gestão dos recursos hídricos.

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