Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra
Ipecacuanha, D. Vandelli, Florae Lusitanicae et Brasiliensis specimen, Coimbra, 1788
Ipecacuanha, D. Vandelli, Florae Lusitanicae et Brasiliensis specimen, Coimbra, 1788

Domingos Vandelli

Domenico (Domingos) Agostino Vandelli (1735-1816), doutorado em Medicina pela Universidade de Pádua, veio para Lisboa ensinar no Colégio dos Nobres em 1765 a convite do Marquês de Pombal. Planeou e dirigiu as obras do Real Jardim Botânico da Ajuda até 1768. Na sequência do falhanço do ensino das ciências aos nobres seguiu para Coimbra no início da Reforma da Universidade até 1788.

Foi lente de História Natural e Química, instalou o Museu de História Natural em 1775 com a sua própria colecção, o Laboratório Chimico e o Jardim Botânico. Seguidor do método de ensino prático, introduziu em Portugal o sistema de classificação do seu correspondente Lineu. Desencadeou as primeiras grandes viagens filosóficas para estudo e recolha de espécimes e produtos naturais em África e no Brasil.

A ligação às fábricas verificou-se desde a sua chegada a Portugal: Real Fábrica das Sedas e de Louça no Rato em Lisboa, fundou a fábrica de cerâmica no Rossio de Santa Clara em 1784, e colaborou na primeira fábrica de louça de pó-de-pedra do Cavaquinho em Gaia, 1786. Um dos seus mestres ceramistas, colaborador nas fábricas e no Laboratório Chimico, acabou por ser contratado para a Fábrica Vista Alegre em Aveiro.

Na Junta do Comércio desde 1770, conseguiu diversos alvarás: isenção de direitos na louça exportada, proibição de importar louça com excepção da China e da Índia, permissão para recolha de matéria prima nos terrenos do Estado, impedimento de outros usarem as suas fórmulas, obtenção do privilégio exclusivo de venda de louça nas províncias da Beira e do Minho. Prestou um verdadeiro contributo para a implementação e sucesso da indústria cerâmica em Portugal.